
Baseia-se na peça Le Chapeau de Paille d’Italie, de Eugène Labiche e Marc Michel. O libretto é da autoria do próprio Nino Rota e de Ernestina Rota, sua mãe.
A estreia teve lugar no Teatro Massimo (Palermo) em 21/04/1955 e foi um sucesso imediato, tendo recebido críticas muito positivas, tanto em Itália como no estrangeiro.
Nino Rota desenvolve uma notória habilidade no tratamento da instrumentação. O sentido dramatúrgico do compositor também é factor dominante nesta ópera cómica que nos apresenta uma mistura de estilos, passando pelo Vaudeville (género de entretenimento de variedades predominante nos EUA e Canadá nos finais do séc. XIX e princípios do séc. XX), pela Òpera Buffa (termo usado para descrever a versão italiana da ópera cómica) e pela Opereta (estilo de ópera leve, tanto na sua substância musical como no conteúdo do assunto; é também proporcionalmente mais recitativa do que uma ópera séria).
Em 1975, uma versão cinematográfica de Il Capello di Paglia di Firenze, conduzida por Nino Rota foi levada aos palcos do Cinecitta.
A acção decorre em Paris no dia em que Fadinard se casa com Elena, sua amada. O feliz acontecimento é antecedido de algumas contrariedades que chegam mesmo a por o casamento em risco.
Tudo começa quando o cavalo do noivo resolve comer o chapéu de palha de Anaide quando esta se encontra na companhia de Emílio, um oficial (supostamente seu amante).
Anaide recusa-se a voltar para casa sem o chapéu, pois o marido não pode desconfiar de nada.
Pressionado pelos dois amantes, Fadinard parte em busca de um chapéu de palha idêntico. Percorre incansavelmente as lojas de Paris e numa delas indicam-lhe o nome de uma compradora: a Baronesa de Champigny.
Na mansão da Baronesa tudo está a postos para receber Minardi, o famoso violinista Italiano. A sala está repleta de convidados que aguardam ansiosamente a chegada do virtuoso. Quando Fadinard chega, gera-se um equívoco: todos o tomam pelo famoso violinista e ele aproveita a oportunidade para pedir o chapéu à Baronesa. Esta traz-lhe um chapéu preto e que nada tem a ver com o que Fadinard pretende. Questionada sobre o paradeiro de um Chapéu de Palha de Florença, a Baronesa responde que o ofereceu à afilhada, a Madame Beaupertuis.
Enquanto isso, Nonancourt, o pai da noiva chega à mansão acompanhado do cortejo nupcial. Eles haviam seguido Fadinard e entram na sala de jantar julgando tratar-se do banquete nupcial. Juntam-se aos convidados da Baronesa, festejando alegremente, mas eis que, surge o tão esperado violinista.
Os momentos que se seguem são de total confusão: os convidados da Baronesa gritam pela polícia e Fadinard abandona rapidamente a mansão, seguido do caricato cortejo nupcial.
Em casa de Beaupertuis, este está consumido pelo ciúme. Sua esposa saiu de manhã e ainda não voltou. Fadinard arrisca novamente a sorte à procura do chapéu; vira a casa do avesso e nada. Indignado, Beaupertuis tenta pô-lo dali para fora.
Entretanto, Nonancourt chega acompanhado da noiva e respectivo cortejo nupcial pois julgam ser aquela a casa do noivo.
Elena, envergonhada e nervosa com a noite de núpcias, dirige-se para o “leito nupcial”.
Na sala, Fadinard conta a Beaupertuis toda a história que envolve o chapéu de palha, mostrando até um pedaço que restou dele. Beaupertuis fica perplexo, pois…quando a sua esposa saiu de casa nessa manhã, levava um chapéu precisamente igual. Com toda a certeza que é dela que Fadinard fala.
São interrompidos por vozes vindas dos aposentos e Beaupertuis vai averiguar o que se passa. Seguem-se gritos de espanto. Beaupertuis não entende o que está aquela gente toda ali a fazer e Fadinard fica estupefacto ao ver a sua noiva.
Esclarecido o equívoco, o noivo resolve regressar a casa, mesmo sem chapéu. Todos o seguem, inclusive Beaupertuis, que sai de casa armado para ir atrás da sua esposa.
Já perto da casa de Fadinard, o cortejo nupcial tenta abrigar-se da chuva que começa a cair intensamente.
Nonancourt pretende cancelar o casamento e devolver todos os presentes mas Elena recusa dizendo que ainda ama Fadinard. Vézinet (o tio da noiva) tenta recuperar o presente que tinha oferecido ao casal: nada mais, nada menos que…um belo Chapéu de Palha de Florença. Fadinard fica eufórico, mas os momentos que se seguem são de grande azáfama.
Na praça onde se encontram, existe um posto policial e assim que os guardas vêm todos aqueles embrulhos, pensam tratar-se de objectos roubados e desatam a prender toda a multidão.
O chapéu entretanto desapareceu, Nonancourt tinha-o em seu poder, quando foi detido. Chega Beaupertuis, com o intuito de matar a esposa que o traiu e Fadinard esconde Anaide, disfarçando-a de sentinela.
Emílio consegue recuperar o chapéu e atira-o pela janela do posto policial mas por azar, ele fica preso num candeeiro. Quando finalmente conseguem soltá-lo, Anaide coloca-o e aparece diante do seu marido devidamente trajada.
A aventura termina da melhor forma.
Ao ver a sua esposa com o chapéu, Beaupertuis fica verdadeiramente arrependido por ter duvidado dela.
Nonancourt apercebe-se da boa acção do genro e desiste de cancelar o casamento.
Os convidados são libertados e o desfecho não podia ser mais alegre.
Entre 14/05 e 21/05 o Teatro Nacional de São Carlos acolheu esta animada ópera (num total de 5 récitas). Comparativamente com outras do mesmo género, Il Capello di Paglia di Firenze está muito bem conseguida. Musicalmente agradável e com um sentido de humor apurado, tem também uma história consistente e bem estruturada.
O Encenador, Fernando Gomes fez um óptimo trabalho de direcção das personagens e nota-se também uma excelente coordenação entre os intérpretes e a orquestra, pelo que é de salientar o bom trabalho do maestro João Paulo Santos.
Os cantores estiveram todos muito bem, com especial destaque para: Nonancourt (José Fardilha), Anaide (Dora Rodrigues), Beaupertuis (Luis Rodrigues), Baronesa de Champigny (Maria Luisa de Freitas).
Sobre o compositor - Nino Rota (1911 / 1979)
http://www.youtube.com/watch?v=aGAurASFeZA
Entre 14/05 e 21/05 o Teatro Nacional de São Carlos acolheu esta animada ópera (num total de 5 récitas). Comparativamente com outras do mesmo género, Il Capello di Paglia di Firenze está muito bem conseguida. Musicalmente agradável e com um sentido de humor apurado, tem também uma história consistente e bem estruturada.
O Encenador, Fernando Gomes fez um óptimo trabalho de direcção das personagens e nota-se também uma excelente coordenação entre os intérpretes e a orquestra, pelo que é de salientar o bom trabalho do maestro João Paulo Santos.
Os cantores estiveram todos muito bem, com especial destaque para: Nonancourt (José Fardilha), Anaide (Dora Rodrigues), Beaupertuis (Luis Rodrigues), Baronesa de Champigny (Maria Luisa de Freitas).
Sobre o compositor - Nino Rota (1911 / 1979)
Nasceu em Milão no seio de uma família de músicos.
A sua mãe era pianista e filha do compositor italiano, Giovanni Rinaldi.
Estudou no Conservatório de
Milão e no Conservatório de Sta Cecília em Roma (1929/1930).
Nino Rota começou a compor muito novo. Tinha apenas 11 anos quando estreou (em 1923) a sua primeira oratória: L’Infanzia de San Giovanni Battista.
Depressa se torna famoso enquanto compositor e maestro.
Em 1926 compõe a comédia lírica Il Princípe Porcaro.
Em 1831 encorajado por Arturo Toscanini, vai para os EUA e ganha uma bolsa de estudos no Curtis Institute of Philadelphia onde frequenta aulas de composição e direcção de orquestra. É por esta altura que descobre a música americana, (nomeadamente de George Gershwin) e começa a interessar-se por cinema.
Alguns anos mais tarde, regressa a Itália onde se licencia em Literatura na Universidade de Milão.
Em 1937 inicia carreira como docente.
O período mais produtivo da sua carreira como compositor, ocorreu entre 1940/1950. Durante esse período, chega a compor dez bandas sonoras por ano.
Em 1950 assume a direcção do Conservatório de Bari, cargo que mantém até à data da sua morte, em 1979.
A produção musical de Nino Rota abarca vários géneros musicais. Para além de música orquestral e coral, compôs ainda cerca de 10 óperas, 5 bailados e mais de 150 bandas sonoras para filmes italianos e estrangeiros.
Ao longo da sua carreira foram muitas as parcerias que estabeleceu com vários realizadores, tais como Federico Fellini (La Strada, Fellini-Satyricon, Armarcord, La Dolce Vita, Roma, etc), Franco Zeffirelli (Romeu and Juliet) Luchino Visconti (Il Gattopardo, Morte a Venezia) e Francis Ford Coppola (The Godfather).
Nino Rota ficará para sempre associado à composição musical para cinema na Itália do pós-guerra.
Uma versão que não a do S. Carlos mas que dá para ter uma ideia desta bela ópera:
A sua mãe era pianista e filha do compositor italiano, Giovanni Rinaldi.
Estudou no Conservatório de
Milão e no Conservatório de Sta Cecília em Roma (1929/1930).
Nino Rota começou a compor muito novo. Tinha apenas 11 anos quando estreou (em 1923) a sua primeira oratória: L’Infanzia de San Giovanni Battista.
Depressa se torna famoso enquanto compositor e maestro.
Em 1926 compõe a comédia lírica Il Princípe Porcaro.
Em 1831 encorajado por Arturo Toscanini, vai para os EUA e ganha uma bolsa de estudos no Curtis Institute of Philadelphia onde frequenta aulas de composição e direcção de orquestra. É por esta altura que descobre a música americana, (nomeadamente de George Gershwin) e começa a interessar-se por cinema.
Alguns anos mais tarde, regressa a Itália onde se licencia em Literatura na Universidade de Milão.
Em 1937 inicia carreira como docente.
O período mais produtivo da sua carreira como compositor, ocorreu entre 1940/1950. Durante esse período, chega a compor dez bandas sonoras por ano.
Em 1950 assume a direcção do Conservatório de Bari, cargo que mantém até à data da sua morte, em 1979.
A produção musical de Nino Rota abarca vários géneros musicais. Para além de música orquestral e coral, compôs ainda cerca de 10 óperas, 5 bailados e mais de 150 bandas sonoras para filmes italianos e estrangeiros.
Ao longo da sua carreira foram muitas as parcerias que estabeleceu com vários realizadores, tais como Federico Fellini (La Strada, Fellini-Satyricon, Armarcord, La Dolce Vita, Roma, etc), Franco Zeffirelli (Romeu and Juliet) Luchino Visconti (Il Gattopardo, Morte a Venezia) e Francis Ford Coppola (The Godfather).
Nino Rota ficará para sempre associado à composição musical para cinema na Itália do pós-guerra.
Uma versão que não a do S. Carlos mas que dá para ter uma ideia desta bela ópera:
http://www.youtube.com/watch?v=aGAurASFeZA